Por David Coppedge
12 de fevereiro de 2025.
Doze anos atrás, em uma série sobre Design Inteligente em Ação, discuti a ciência da criptologia como um exemplo. Vale revisar alguns conceitos: qual é a diferença entre criptologia e criptografia? Basicamente, é teoria versus aplicação.
O Merriam-Webster define criptologia como “o estudo científico da criptografia e da criptoanálise.” Criptografia é o processo de escrever ou ler mensagens secretas em código. Criptoanálise envolve a teoria da resolução de sistemas criptográficos. Existe até um Journal of Cryptology (Jornal de Criptologia) e professores especializados na área. A criptologia envolve teorias, dados, experimentação e testes. Ela possui todos os elementos da ciência — e é inteiramente baseada em princípios de design inteligente. O que faz sentido. É necessário uma mente para codificar uma mensagem e uma mente para decodificá-la. [Ênfase adicionada.]
Se a criptologia é um exemplo de Design Inteligente em ação, quanto mais quando envolve informações codificadas biologicamente? Esse é o caso de uma nova aplicação da criptologia discutida na revista The Scientist. A Dra. Danielle Gerhard explica por que a “Criptografia de DNA” representa uma técnica de ponta para reduzir riscos de biossegurança.
Biosegurança com DNA
Nas últimas duas décadas, a síntese de DNA tornou-se mais rápida e acessível, mas os pesquisadores temem que isso facilite o acesso a produtos potencialmente perigosos. Enquanto muitos especialistas pedem mais regulamentação federal sobre a produção de sequências sintéticas de ácidos nucleicos, outros focam em preocupações mais próximas, dentro dos laboratórios de pesquisa.
Os cientistas Jean Peccoud, biólogo sintético da Universidade Estadual do Colorado, e Casey-Tyler Berezin, biólogo molecular de sua equipe, discutiram o maior problema de biossegurança enfrentado pela pesquisa: métodos para criptografar mensagens em sequências de DNA e a importância das tecnologias de sequenciamento para reduzir esses riscos.
A palavra sequenciamento nos soa familiar. Em seu livro Undeniable, Doug Axe, e em Signature in the Cell, Stephen Meyer, explicaram que o portador da informação nos biomoléculas não são os blocos de construção em si, mas a sequência em que são organizados. No livro The Design Inference 2.0, Dembski e Ewert expandiram o conceito de informação complexa especificada, mostrando que “comprimento curto da descrição” é suficiente para identificar design.
Assim como uma sequência numérica pode conter padrões que indicam inteligência, o DNA consiste em blocos construtivos organizados de forma que transmite informação funcional. Como já sabemos da genética, o DNA codifica proteínas, mas também pode conter mensagens não biológicas em linguagem humana. Por exemplo, a equipe de Craig Venter inseriu uma marca d’água em seu projeto de célula sintética. O DNA já foi utilizado para armazenar música, arte e até filmes.
Autenticidade e Segurança do DNA
A Dra. Gerhard escreve que “Mensagens ocultas no DNA podem reduzir riscos de biossegurança.” O motivo é que o DNA é um excelente substrato para informação digital. Segundo a matéria, “para melhorar a rastreabilidade e permitir a autenticação de sequências sintéticas de ácidos nucleicos, pesquisadores estão inserindo assinaturas digitais no DNA.”
Peccoud destaca um grande risco, antes considerado impraticável: a possibilidade de enviar mensagens de texto codificadas que poderiam ser traduzidas em sequências de DNA para uso em guerra biológica.
“Como sabemos se o que temos em nossos laboratórios é realmente o que pensamos que é?” — Peccoud pergunta.
Assinaturas digitais — cadeias de códigos difíceis de decifrar — poderiam garantir a autenticidade do DNA. Assinaturas digitais já são usadas há muito tempo em negócios e governos para autenticar mensagens. Se o DNA é um texto, ele pode ser usado da mesma maneira.
Por exemplo, toda amostra de pesquisa contém dois aspectos:
- Registro digital com informações sobre a sequência ou um mapa do plasmídeo.
- O conteúdo real do tubo no laboratório.
Se esses dois não coincidirem, podem surgir graves problemas, inclusive pesquisa irreprodutível que desperdiça milhões de dólares.
O que é a Criptografia de DNA?
Esse risco não é ficção científica. “Isso está acontecendo em todos os laboratórios, todos os dias, e temos pouquíssimas ferramentas para detectar o que está ocorrendo,” explica Peccoud.
Berezin, que ingressou no laboratório de biologia sintética de Peccoud, conta como percebeu as falhas na segurança da pesquisa:
“Eu percebi que usávamos métodos como PCR e transformações bacterianas, mas nunca me perguntei de onde vinham as sequências de DNA ou como saberia se algo havia mudado.”
Essa falta de controle motivou o avanço da criptografia de DNA.
Métodos já existentes para autenticar mensagens digitais em canais de comunicação podem ser aplicados ao DNA. Quando um código viaja pela internet, um sistema receptor pode recalcular sua assinatura digital por meio de algoritmos de hashing para verificar se a mensagem foi corrompida. Caso a verificação falhe, o receptor solicita a retransmissão. Isso garante a integridade da mensagem.
O mesmo princípio pode ser aplicado ao DNA. Assinaturas digitais em DNA podem garantir que uma sequência seja autêntica ou alertar sobre mutações indesejadas.
“O DNA sofre mutações naturalmente. Ele se replica, mas nem sempre de forma perfeita. Assim, mesmo que tenhamos algo seguro em nosso laboratório, após 100 ou 1.000 replicações, pode não ser o que pensamos que é.”
Isso pode não ser perigoso em todos os casos, mas a incerteza é um problema generalizado em laboratórios acadêmicos. Pesquisadores precisam rastrear e sequenciar continuamente seus plasmídeos para garantir a autenticidade.
DIN: Número de Identificação do DNA
A codificação de mensagens secretas no DNA está avançando. Berezin destaca que sua equipe está desenvolvendo um método chamado DIN (DNA Identification Number), um sistema ainda mais complexo de criptografia.
“Estamos interessados em criptografar mensagens que fornecem informações sobre a autenticidade dos materiais utilizados.”
A DIN pode ser usada para segurança nacional, protegendo materiais genéticos de manipulação ou uso indevido. Esse método segue técnicas de hash para criar cadeias de DNA difíceis de decifrar sem a chave correta.
Conclusão: DNA e Design Inteligente
A pesquisa sobre criptografia de DNA reforça alguns princípios fundamentais do Design Inteligente:
✔ A informação está na sequência, não nos blocos construtivos.
✔ Informação pode ser traduzida de um meio para outro.
✔ Mutações degradam a informação, desafiando o Darwinismo.
✔ DNA pode ser utilizado na esteganografia (mensagens ocultas).
Se conseguimos inserir mensagens ocultas no DNA artificialmente, será que também existem mensagens naturais escondidas no chamado “DNA lixo”? Isso abre novas possibilidades para a pesquisa de Design Inteligente na biologia molecular.
Fonte: https://evolutionnews.org/2025/02/intelligent-design-in-action-dna-cryptography/
(Crédito da imagem: 2541163, via Pixabay.)
Tradução voluntária de Marconi Fabio Vieira.
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