O Que Existe Depois da Morte? A Visão de um Físico

Eric Hedin
28 de janeiro de 2025.

Crédito da foto: Mario Dobelmann via Unsplash.

Ao resumir as opiniões do neurocientista Erik Hoel sobre a dificuldade de explicar a consciência humana como uma propriedade derivada exclusivamente de nossos cérebros, a escritora de ciência Denyse O’Leary observou no Mind Matters News:

É cada vez mais evidente que a consciência humana não é um fenômeno material como qualquer outro; ela tem um pé no tempo e outro na eternidade.

Como físico e como ser humano, fico fascinado pela esperança humana generalizada na vida após a morte. Essa esperança é racional? Talvez a resposta não possa ser determinada por uma única linha de raciocínio, mas sim por um caso cumulativo, fundamentado em várias áreas da ciência, incluindo a minha própria.

A Vida em Si

A própria existência da vida — o fato de estarmos aqui para fazer essa pergunta — exige algo além da natureza física. A complexidade inexplicável dos organismos vivos, desde bactérias unicelulares até mamíferos avançados e seres humanos, desafia a explicação com base apenas na matéria e em suas interações. As quatro forças da natureza identificadas pelos físicos não são capazes de orquestrar a disposição específica dos elementos da matéria nas moléculas complexas interativas necessárias para os organismos vivos mais simples.

E, no entanto, a vida existe, não como uma mera exceção insignificante, mas sim em uma profusão multifacetada, demonstrando beleza, vitalidade e uma diversidade impressionante, coexistindo e interagindo em ecossistemas interdependentes. Se a natureza não pode explicar a vida, então a existência da vida aponta para uma fonte além da compreensão comum da natureza.

Além disso, há aspectos imateriais da nossa existência humana — nossa consciência, nossa noção de identidade e nossa inteligência. Enquanto a física moderna reconhece elementos não materiais do universo, como campos eletromagnéticos e funções de onda quânticas, descrever esses fenômenos naturais como conscientes, auto-conscientes ou inteligentes está além do nosso conhecimento físico atual. Assim, os aspectos imateriais dos seres vivos sugerem uma origem além das interações das partículas materiais conforme os princípios da natureza.

A vida exibe criatividade, complexidade funcional, propósito, consciência, inteligência e livre-arbítrio. Como nenhuma dessas qualidades pode ser derivada do nosso estudo científico da natureza, podemos concluir racionalmente que a origem da vida está além do nosso espaço-tempo. Além disso, a fonte da vida necessariamente possui todas essas qualidades de maneira plena.

Mais do Que Apenas Relatos Anedóticos

Embora não sejam tão bem documentadas quanto a complexidade física dos seres vivos e os aspectos imateriais da mente, as evidências de experiências de quase-morte (EQMs) também merecem atenção. Mais do que simples relatos anedóticos, as EQMs apresentam um caso cumulativo convincente para a continuidade da vida após a morte do corpo físico.

John Burke, engenheiro de formação, estudou mais de mil relatos de EQMs ao longo de 35 anos e concluiu:

Embora nenhuma experiência seja idêntica a outra e alguns detalhes extremos devam ser questionados com ceticismo, há elementos comuns impressionantes na experiência central da EQM descrita por jovens e idosos, através de diferentes culturas e línguas.

A experiência de uma “separação da consciência do corpo físico” é um dos elementos mais comuns das EQMs, acompanhada por sentimentos intensamente positivos e uma percepção ampliada. Se a consciência fosse apenas um fenômeno emergente da complexidade neural baseada na bioquímica, a degradação termodinâmica do cérebro na morte deveria levar à perda de percepção, ao colapso da consciência e ao apagamento dos sentimentos.

A Evidência da Beleza

A beleza manifesta atributos que transcendem explicações físicas. Clássicamente, a beleza é capturada em termos como harmonia, proporção e brilho. O brilho, por exemplo, pode ser descrito como a diferença entre o rosto de uma boneca e o sorriso de uma criança rindo. A boneca é vazia, mas o rosto da criança manifesta uma profundidade interior.

A apreciação desse brilho único da beleza, reconhecido por uma mente inteligente, está intimamente ligada à capacidade humana de discernir significado em mensagens baseadas em linguagem. Sistemas com alto conteúdo informacional, como os seres vivos, exibem essa profundidade de beleza. A própria existência dessa qualidade parece estar além do alcance da matéria bruta e aponta para uma mente consciente capaz de criá-la e apreciá-la.

Conclusão

A vida biológica, a consciência, as experiências de quase-morte, a beleza e sua percepção, assim como o significado e propósito encontrados nos seres vivos, oferecem um conjunto de evidências consistente com uma existência consciente além da morte. A crença na continuidade da consciência daqueles que partiram tem, ao que parece, uma base racional. Existe, afinal, uma “esperança na vida eterna” (Tito 1:2).

Notas
1. John Burke, Imagine Heaven (Grand Rapids: Baker Books, 2015), 46.
2. Eric Hedin, Canceled Science: What Some Atheists Don’t Want You to See (Seattle: Discovery Institute Press, 2021),197.
3. Hedin, Canceled Science, 203-4.
4. Titus 1:2 (ESV).

 

Fonte: https://evolutionnews.org/2025/01/what-lies-beyond-death-a-physicists-take/

Tradução voluntária de Marconi Fabio Vieira.


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